quarta-feira, 22 de julho de 2015

O tiro no pé

Acreditei que você havia entendido o que eu disse semana passada. Ingenuidade minha. Sua completa ausência é difícil de entender, pois eu penso que quando gostamos de alguém, tentamos ser presentes da forma como der, seja numa mensagem, um email, uma ligação, qualquer coisa.

É muito novo pra mim não esperar nada de alguém. E eu sei que não era pra ser assim. Ou era. Esse nada é, na maior parte das vezes, interpretado como desinteresse da sua parte. E questiono se você gosta de mim. E tenho medo que a afirmação seja negativa. Pobre homem. Veja só, parece que estou mendigando o seu amor. Porque, no fim das contas, é o que quero. Amar e ser amado por você.

Não posso ter vergonha disso, tampouco medo de dizê-lo. Quero te amar como você é e não tenho pretensão de te mudar. Mas a pulga atrás da orelha fica dia após dia. Como que alguém que diz gostar do outro consegue ficar tão distante assim? Ser totalmente indiferente ao que recebe de declaração. Eu rasgo o peito e não há absolutamente nada de volta. A não ser aguardar a próxima vez que você resolver aparecer...

Está sendo difícil e eu sei que foi a escolha que eu fiz. Mas é impossível dar o braço a torcer? Não estou pedindo para que mude. Apenas pra abrir mão dessa introspecção toda. Acreditar que dará certo como eu acredito. Eu acredito. Aquele bordão atleticano que nós sabemos que sempre funcionou, mesmo com o time perdendo. O que não perdemos é esse amor inexplicável pelo glorioso. O que eu desejei do fundo do meu coração que fosse com a gente.

Relacionamentos não possuem receita de bolo. Só que é inegável que são feitos de trocas. É uma via de mão dupla. Se tudo o que está na sua cabeça difere completamente das coisas que eu digo, se realmente você não gosta de mim tanto quanto diz, se acha que não poderá ser em nada diferente do que tem sido, por favor, me diga. Aliás, não me diga. Faça dar certo em favor de nós (ou desse pobre desgraçado a continuar mendigar...).

A sensação que me corrói por dentro é a de que você aguarda um limite para colocar um ponto final. E eu só quero reticências com você. E novos parágrafos em um extenso livro... Malditas músicas e poesias que nos dão esperança de que tudo seja diferente. Recursos que eu tenho pra me conectar com o que estou sentindo. E com todas as contradições possíveis, ainda acredito que amores são sempre possíveis. Como o meu por você.