quinta-feira, 11 de agosto de 2016

10 de agosto

Há dias que ficam marcados na lembrança por trilhas sonoras. Não estou falando de novelas, mas de acontecimentos no nosso cotidiano em que somos os atores principais ou coadjuvantes, no caso de uma pessoa ter roubado a cena. Roubado não, ter feito do roteiro uma verdadeira obra de arte. Volta pro foco.

Letras que transmitem, em alusão ao próprio nome da banda, e falam sobre ver outra vez um pedaço de mim que ficou esquecido. O reencontro com os sentidos que despertam o que há de melhor em nós. Dar nome para essas sensações sem cair no pegadinha que é ser clichê é difícil. Mas sei que aquela parte da música em que diz que

"Pra que pensar em voltar atrás
Se nós queremos mais
"

Faz muito sentido. Porque aquela hora do abraço forte e envolvente havia uma verdade ali. Um querer mais. E teve. Os dois rios que se encontram, desaguando como o rio negro e solimões, inteiros, balançando as águas de um lado para o outro, complementando...

Recorro à música novamente para falar que "dessa vez eu vou tentar dizer a verdade, não foi tão fácil de enganar a minha vontade...(...) foi difícil ser ator com essa idade" porque chega uma época em que fingir já não é nem cogitado. E aí você não corre de ninguém. Não amarela na beira do precipício com a mochila do paraquedas, mesmo sem saber se a cordinha está lá.

Feliz do compositor que encerrou dizendo que "não vou correr de você". Feliz de nós que ouvimos ao vivo no primeiro dia. Que venha a quinta.

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